“É bem significativo para eles estar na semana. Tudo na vida deles tem bastante significado. Depois que passa, eles ficam alegres, comentando, mostram as medalhas. Há necessidade de terem vida social e as famílias ficam muito agradecidas por este convívio social que é proporcionado”.
O relato acima, de Maristela Fajardo de Castro, educadora do Instituto Médico Psicopedagógico (Imepp) traduz como são importantes iniciativas como a 14ª Semana do Desafio Paralímpico, evento proporcionado à comunidade graças à parceria entre a Secretaria de Esporte e Lazer (SEL) da Prefeitura de Juiz de Fora e o Grupo Bahamas, aberto no último dia 24 e encerrado na sexta-feira, dia 30 de setembro.
O Imepp foi uma das entidades representadas, assim como a anfitriã da tarde do dia 30, a Escola Estadual Maria das Dores de Souza. Além da disputa do polybat nível 2, uma espécie de tênis de mesa adaptado que proporcionou grande envolvimento, houve momentos de inclusão e emoção, como no momento dedicado à capoeira, que motivou a participação de dezenas de integrantes das duas agremiações – Imepp e E.E. Maria das Dores de Souza.
A direção do Imepp revela que são sempre comemorados os aniversários e são promovidos passeios, principalmente a parques e museus. “Só não fazemos mais vezes porque há dificuldade em conseguir o meio de transporte”, explica.
Ana Maria Loures, coordenadora do Imepp, conta que na entidade são atendidas cerca de 80 pessoas, que participam de oficinas de socialização na arte, na música, expressão corporal. “São pessoas com autismo, síndrome de down, com alguma deficiência intelectual. Quando há eventos como esta semana, há uma empolgação muito gratificante e as famílias também se envolvem e participam”.
Dair Gonçalves dos Santos, tia de Tatiana, que estava presente, confirma: “Ela fica super ansiosa, adora, gosta mais de dança”. Luciana Loures, psicóloga do Imepp, também acompanhou todas as atividades e participou da entrega de medalhas ao final.
Capoeira inclusiva
Simultaneamente ao polybat, a presença de Válber “Muralha” na roda de capoeira proporcionou muita integração. “Muralha” é de Matias Barbosa, aluno do Mestre Gato, do grupo Corpo e Alma, e jogou capoeira com diversos empolgados e atuantes alunos, e um dos momentos marcantes, entre tantos, foi quando João Carlos Lancini, da E.E. Maria das Dores de Souza, mesmo na cadeira de rodas, simulou todos os movimentos feitos pelo professor e distribuiu sorrisos.
Polybat
Na disputa do polybat nível 2, ols três primeiros colocados foram, nesta ordem: Marcos Paulo, Uriel e Romerito. Todos são da Escola Estadual Maria das Dores, que também venceu o futebol adaptado disputado durante a semana. A informação é do professor do paradesporto SEL, Cláudio Rogel, que se entusiasma com o evento: “A cada dia nós acabamos aprendendo, as aulas passam a ser encontros sociais muito importantes tanto para eles como para nós, é um ganho imenso. E nos dias da semana (do desafio paralímpico) a mobilização é muito grande. Considero os pais e responsáveis verdadeiros anjos da guarda. Eles fazem o possível e o impossível para levar seus filhos a participarem”, definiu.
Como foi a semana
A 14ª Semana do Desafio Paralímpico, mais um evento vitorioso na parceria SEL-Bahamas, teve programação variada desde o desfile de abertura, dia 24, no ginásio da Secretaria. De segunda, dia 26, a sexta-feira, dia 30, a programação foi variada, envolvendo centenas der participantes nas modalidades natação, bocha, futebol adaptado e polybat. O goalball só não teve jogos em função da coincidência de calendário com o Campeonato Brasileiro e o atletismo, que seria disputado na manhã do dia 30, no Complexo Esportivo da UFJF, foi adiado em função do tempo instável e será reprogramado.